Filhos são gerados.
Podem chegar no susto ou ser planejados.
Podemos reproduzi-los via assistida. Podemos adota-los.
Seja do modo que for, eles chegam mudando nossa história.
Depois deles, não somos mais a “nossa identidade”: somos a
mamãe e o papai de... filhos.
O certo é que nos preparamos pra sua chegada, seja da
maneira que for.
Mas depois que eles chegam aí a coisa muda de figura.
Tudo vira um processo.
Se amamentamos no peito, vai chegar a hora da mamadeira; da
mamadeira vamos às papinhas. Piscamos e
eles já estão com a autonomia de “fuçar” na geladeira.
Não vai tomar refrigerante, nem mascar chiclete! De jeito
nenhum. Açúcar branco? Nunca.
Depois de um tempo, pá! Lá estão eles com a sacolinha do Mc Lanche feliz... e
nós fingimos que foi apenas um deslize...
Vai desfraldar! Affff! Já fiquei sem unhas e comi todas as
minhas cutículas. Mas a fase passa.
Chega a hora de ir pra escola! E vamos combinar que ficamos atônitos
com isso.
Mas aí, basta ver aquele ser pequenino com a mochilinha nas
costas, a lancheira na outra, que bate o desespero.
Chorei todas às vezes. E agora o Fe, de fato, vai começar o
ano letivo: ou seja, lá vem o chororô.
A mudança de fase escolar, também cria expectativas: a Maria
Clara foi para o fundamental II. A lanterna acende. Já sei que daqui a pouco
tempo adeus às bonecas de fato.
(aí, descobri que a chamam de Loli - significa que ela não é "desenvolvida"- PS: socorro!).
Tem a fase dos tipos de cocôs, os gorfos, a posição de dormir; Os medos do
escuro, a luz acesa, os pesadelos, dormir na sua cama; Se come de mais, se come de medo; O primeiro amor
(correspondido ou não), o primeiro beijo, as festinhas, as baladas, o rolê, o
primeiro porre, as brigas por divergência de opinião, e claro, nunca os entendemos.
E também nunca entendemos que não estamos preparados pra
eles crescerem.
Torcemos o tempo todo pelas fases que se sucedem, com ou sem
a nossa ajuda. Mas não estamos preparados para a finalidade do crescimento: eles não vão precisar da gente tempo integral. Game over! Fim!
Chega a hora do vestibular. Ficamos na vibe da lista de
chamada, choramos e torcemos com eles, pra ver coroado todo o esforço.
Não rolou de primeira? OK!
Bora pro cursinho, e estuda e faz redação e pega pesado e
racha.
E começam as provas, agora vaiiiiiii e foiiiiiiiiiiiii...
Por que é assim que nos sentimos. Realizadas pela conquista
e destruídos, por que o nosso bebê, vai partir.
O nosso bebê, virou homem, mulher.
E vai trilhar a sua estrada, a sua jornada, para garantir o
seu lugar no mundo, do mesmo jeito que um dia fizemos.
Fica o vazio da ausência, e chegam as vídeos chamadas, conversas pelo
watts, telefonemas que duram horas, mas parecem que foram 5 minutos...
Será que está comendo ou dormindo direito?
Será que os amigos são
boas companhias ?
Será ? Será?
Será?
Enfim... não tem nada que
justifique o momento de ver a partida do crescimento. Ver os filhos
crescerem é um misto de orgulho, de sensação de dever cumprido e de vazio.
Tem muitos momentos que
ficamos: quando será que eles vão crescer?
E ai, de repente, você
também envelheceu, seu filho cresceu e você só quer de volta aquele pacotinho
que foi entregue pra você na maternidade ou que você foi buscar por que era o seu filho!
Você olha e pensa que a
música do Cazuza, não é uma declaração de amor pra um homem ou mulher: o
destino traçado na maternidade é o seu, com o seu filho!
E tem amor mais exagerado,
que o amor de pai ou de mãe?
Só tem uma coisa que
agente não faz nesta canção: o nosso amor não é inventado, é de carne e osso.
O amor tem nome: Giovanni,
Pedro, Theo, Maria Clara, Maria Vitória, Victoria, Felipe, Nicolas, Malu,
Giovanna, Henrique, Verônica, Rafa, ou seja, os nossos filhos.
Querida Raquel, minha amiga,
isso é pra você, nesse momento de prova máster de amor. Logo será minha vez. E
você irá me consolar.
Querida Carol, isso é pra
você, que nesse momento se dedica para algo maior na vida da Vivi. Logo, tudo
estará bem.
Isso é pra vocês, minhas
amigas que são mães, tias, avós!
É verdade este bilhete!
Não existe amor maior que
o nosso.
Bjs,
Dani