domingo, 15 de dezembro de 2019

O tempo passou... Mas você não ♥️






Essa semana fez 18 anos que você foi brilhar no céu.

Pensei que o passar do tempo curaria as feridas abertas no meu coração com a sua partida.

O difícil, é que não é apenas a sua falta que me machuca. Penso no vó também e às vezes parece que meu coração vai saltar pela boca.

Tenho certeza de que vocês não iriam querer me ver assim. E sei que vocês, aí no céu, olham pra mim e falam, essa é a minha neta!

Vocês sempre me acharam destemida, porra louca e  forte (palavra que de uns tempos pra cá tenho abominado, pois todo mundo acha que sou uma rocha, e tenho mais estado pra banana...)

Mas no fundo da minha alma, eu sei que vocês tem orgulho da mulher que me tornei e da família que construí.

Errei pra caramba!

Dei um monte de cabeçada, sim!

Mas fui lá, atrás do que eu queria fazer, e passar horas com vocês na cozinha lá do fundo, batendo papo, falando besteira, fazendo vocês rirem dos meus "causos", ouvindo sermão e tomando puxão de orelha, valeu cada segundo.

Sentir o cheiro da sua comida; provar  o seu molho de tomate com a panela borbulhando e enfiar um naco de pão; embrulhar o braço com pano de prato pra fritar frango ou bife com medo da gordura espirrar em mim (tô tirando de letra, viu!?); Ver você, Vó, escrever a lista do supermercado pro Vô ( o que era inútil por que ele tinha as semanas dos pratos prediletos...kkkkkkkk - a mostarda, o pastel, a carne moída, o filé mignon, o croquete de cenoura, o repolho com batata, o macarrão da Bolonha... Kkkkkk) você surtava de raiva, mas eu me divertia horrores!

Lembrei do vô temperando pernil, leitão (com a cabeça 😭😭😭) e fazendo escabeche!

Lembrei do espumone!

E quando chegava o fim de novembro já começávamos as listas de compras para os biscoitos.

Quanta saudades!

E por tudo isso, decedi, que não estou amando tanto o Natal assim.

Ainda que eu sinta os cheiros e os gostos na minha mente. Que eu consiga fazer um tour pela casa de vocês, por cada cômodo e me lembrar de cada pequeno detalhe.

Vocês não estão fisicamente aqui.

Semanas atrás, na festa que fomos trabalhar tinha um grupo de alemães dançando a Polca, abracei a mulher e chorei, falando que brincávamos no Natal, dançando.

Lembrei de você e do vô dançando Agepê... Kkkkkkkkk e do vô ouvindo Benito de Paula.🙄

Lembrei da boneca japonesa que ganhei de vocês no Natal; e também de quando fomos comprar presentes na Sears ou na Mesbla e desmoronei o manequim! 🤣🤣🤣🤣 (Mas juro, juradinho, que a culpa não foi minha! Foi do manequim!)

Noite passada, sonhei que ia lá no quartinho dos fundos: abria o armário e tinha sua caixa de costura ( aquela de puxar, com flores amarelas e as de plástico); via suas roupas penduradas e as do Vô. Eu cheirava e chorava, por que era só aquilo que estava ali.

E assim.

Tudo se perdeu.

E eu não quero me sentir assim, tão órfã, tão abandonada.

Sinto muito a falta de vocês.

Me dê forças para fazer biscoitos e poder passar isso para as crianças.

P.S. Amo vocês!
Com muitas saudades

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Vai... Vai crescer...

Filhos são gerados.

Podem chegar no susto ou ser planejados.

Podemos reproduzi-los via assistida. Podemos adota-los.

Seja do modo que for, eles chegam mudando nossa história.

Depois deles, não somos mais a “nossa identidade”: somos a mamãe e o papai de... filhos.

O certo é que nos preparamos pra sua chegada, seja da maneira que for.

Mas depois que eles chegam aí a coisa muda de figura.

Tudo vira um processo.

Se amamentamos no peito, vai chegar a hora da mamadeira; da mamadeira vamos às papinhas.  Piscamos e eles já estão com a autonomia de “fuçar” na geladeira.

Não vai tomar refrigerante, nem mascar chiclete! De jeito nenhum. Açúcar branco? Nunca. Depois de um tempo, pá! Lá estão eles com a sacolinha do Mc Lanche feliz... e nós fingimos que foi apenas um deslize...

Vai desfraldar! Affff! Já fiquei sem unhas e comi todas as minhas cutículas. Mas a fase passa.

Chega a hora de ir pra escola! E vamos combinar que ficamos atônitos com isso.
Mas aí, basta ver aquele ser pequenino com a mochilinha nas costas, a lancheira na outra, que bate o desespero.

Chorei todas às vezes. E agora o Fe, de fato, vai começar o ano letivo: ou seja, lá vem o chororô.

A mudança de fase escolar, também cria expectativas: a Maria Clara foi para o fundamental II. A lanterna acende. Já sei que daqui a pouco tempo adeus às bonecas de fato.
(aí, descobri que a chamam de Loli - significa que ela não é "desenvolvida"- PS: socorro!).

Tem a fase  dos tipos de cocôs,  os gorfos, a posição de dormir; Os medos do escuro, a luz acesa, os pesadelos, dormir na sua cama; Se come de mais, se come de medo;  O primeiro amor (correspondido ou não), o primeiro beijo, as festinhas, as baladas, o rolê, o primeiro porre, as brigas por divergência de opinião, e claro, nunca os entendemos.

E também nunca entendemos que não estamos preparados pra eles crescerem.

Torcemos o tempo todo pelas fases que se sucedem, com ou sem a nossa ajuda. Mas não estamos preparados para a finalidade do crescimento: eles não vão precisar da gente tempo integral. Game over! Fim!

Chega a hora do vestibular. Ficamos na vibe da lista de chamada, choramos e torcemos com eles, pra ver coroado todo o esforço.

Não rolou de primeira? OK!

Bora pro cursinho, e estuda e faz redação e pega pesado e racha.

E começam as provas, agora vaiiiiiii e foiiiiiiiiiiiii...

Por que é assim que nos sentimos. Realizadas pela conquista e destruídos, por que o nosso bebê, vai partir.

O nosso bebê, virou homem, mulher.

E vai trilhar a sua estrada, a sua jornada, para garantir o seu lugar no mundo, do mesmo jeito que um dia fizemos.


Fica o vazio da ausência,  e chegam as vídeos chamadas, conversas pelo watts, telefonemas que duram horas, mas parecem que foram 5 minutos...

Será que está comendo ou dormindo direito?

Será que os amigos são boas companhias ?

Será ? Será? Será?

Enfim... não tem nada que justifique o momento de ver a partida do crescimento. Ver os filhos crescerem é um misto de orgulho, de sensação de dever cumprido e de vazio.

Tem muitos momentos que ficamos: quando será que eles vão crescer?

E ai, de repente, você também envelheceu, seu filho cresceu e você só quer de volta aquele pacotinho que foi entregue pra você na maternidade ou que você foi buscar por que era o seu filho!

Você olha e pensa que a música do Cazuza, não é uma declaração de amor pra um homem ou mulher: o destino traçado na maternidade é o seu, com o seu filho!

E tem amor mais exagerado, que o amor de pai ou de mãe?

Só tem uma coisa que agente não faz nesta canção: o nosso amor não é inventado, é de carne e osso.

O amor tem nome: Giovanni, Pedro, Theo, Maria Clara, Maria Vitória, Victoria, Felipe, Nicolas, Malu, Giovanna, Henrique, Verônica, Rafa, ou seja, os nossos filhos.

Querida Raquel, minha amiga, isso é pra você, nesse momento de prova máster de amor. Logo será minha vez. E você irá me consolar.

Querida Carol, isso é pra você, que nesse momento se dedica para algo maior na vida da Vivi. Logo, tudo estará bem.

Isso é pra vocês, minhas amigas que são mães, tias, avós!

É verdade este bilhete!

Não existe amor maior que o nosso.

Bjs,


Dani