sábado, 26 de setembro de 2020

Legado

 Oi gente querida!

Tudo bem por aí?

Calor? Frio? Primavera dando as caras e nem inverno tivemos direito.

Mudanças climáticas trazidas pelo pouco caso e desorganização humana.

É galera! Vivemos o caos da modernidade!

Ciências e tecnologia a todo vapor e a humanidade desumana.

É como se andássemos em espaços tempos diferentes. 

Por que se falamos em evolução, poderíamos pensar em uma melhora constante.

Tecnicamente o mundo se baseia em guerras e disputa de poder, porém a civilização tem consciência de que precisa da natureza para sua conservação.

Precisamos das florestas e "permitimos" o desmatamento para criação de pastagem. 

Observamos calados o degelo dos polos pelo aquecimento global, por que na verdade, não conseguimos frear o nosso consumismo. 

Geramos lixo e não sabemos o que fazer com ele.

E corremos atrás de curas a toque de caixa.

Não é muita doideira?

E nos desumanizamos, no sentido bem negativo da palavra.

Isso é tão verdadeiro, que as pessoas tem dificuldade de entender que fazer o bem e ser do bem, parece coisa de gente boba.

No ato de dar bom dia, de ser gentil e atencioso, de oferecer ajuda para carregar um pacote, no dar licença para uma pessoa passar, em ceder lugar na fila, coisas corriqueiras.

Entendem o que quero dizer?

E quando nos deparamos com a desumanização, nas prestações de serviços?

Viramos números, coisas, estatísticas, quantificação.

E foi assim que nos sentimos essa semana.

Coisas.

Por que?

Porque o olhar da humanidade não se incomoda mais com o humano.

O título da minha postagem foi "Legado", porque hoje, vou deixar a Victoria desabafar sobre  sua experiência quanto ser uma pessoa e se sentir um objeto.

Legado, por que acredito que temos feito um bom trabalho, como pais de ensinar aos nossos filhos que pessoas e sentimentos valem, e muito.

Essa foi a visão dela em uma Unidade Básica de Saúde, na saga de uma receita médica para poder manter seu tratamento psiquiátrico.

Aliás, quero deixar bem claro que estamos e vamos viver durante muito tempo, os frutos da Pandemia.

Crianças e jovens com crise de pânico e ansiedade, (além dos adultos), vão precisar de cuidados psicológicos.

E gente, não é brincadeira!

A maioria da população brasileira não tem recursos sequer pra comer, imagina cuidar da saúde mental... Temos 10 milhões de brasileiros passando fome.

Desemprego?

Enfim...

Temos que lutar por nossos direitos, como pessoas, cidadãos e não números.

Se seu voto dá representatividade, se represente!

O município, o estado, a federação, não vão te ouvir, se você aceitar a "máquina" passar por cima de você e da coletividade.

Se faça ouvir!

Lute por seus ideais!

Lute pelo mundo!

Lute por sua família!

Lute por seus filhos!

Não tenha medo de dar voz e ser voz no meio do caos.

Tenho certeza que meus filhos não serão conformados. Tenho certeza que eles serão voz. Tenho certeza que eles irão lutar por um mundo melhor.

Tenho certeza que eles saberão ESCUTAR! (Até no silêncio)

" Dia 24 de setembro fui até uma das UBS de Osasco para passar no psiquiatra, e sentada na cadeira da sala de espera me vi em chamas. A revolta era gigante, o desconforto indescritível e grande parte do tempo eu só queria gritar. 

Queria colocar ordem, dizer que aquilo era um hospital, que pessoas estavam doentes e procurando ajuda. 

Queria pedir para os enfermeiros pararem de falar alto sobre suas vidas pessoais e para os pacientes se sentarem e esperarem seu nome ser chamado. 

Estamos todos na mesma, todos sendo submetidos a saúde dos abandonados, dos menos importantes, dos que não possuem dinheiro... Privilegiado é aquele que é bem atendido em um hospital, privilegiado é aquele que consegue ter uma boa aula, privilegiado é aquele que tem teto, saneamento, comida, roupa! Mesmo tudo isso sendo o mínimo para se ter... 

E eu via pessoas furiosas, cansadas, desrespeitosas, desesperadas, preocupadas e ansiosas. Os balances das pernas eram constantes.

Vi como a saúde mental é importante e desdenhada. 

Vi pelo menos 50 pessoas procurando ajuda em uma hora que estive lá e vi o quanto são menosprezadas, e mais ainda... Como menosprezam quem está ao seu lado.

A aglomeração aumentava a cada minuto e o espaço ia se restringindo a portas de consultórios fechados sem médicos dentro.

Vi os olhos de um menino que se encontrava aflito, com medo. E senti vontade de abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem. 

Me vi desistindo e indo para casa, sem ter sido atendida e mais desesperançosa do que quando passei pela porta de entrada.

Vi mais uma vez a desordem e o regresso. Victoria Anuch"

Para reflexão.

Obs: o nosso desfecho teve voz. 

Bjs e um ótimo fim de semana.

Dani




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