quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Universo Paralelo

Oi gente!

Muito tempo, né?

Caraca!

Que saudade!

Saudade de dedilhar o teclado, deixar a mente fluir, expor as ideias, compartilhar experiências e resgatar o meu "diário" de mãe de cinco.


Putz! E quanta água rolou por debaixo dessa ponte... Teve mudança de cidade, mudança de casa, outra mudança de cidade, mudança de rumo profissional, amadurecimento na porrada, crise financeira (pergunto quando vai ter fim), filhos crescendo, filho indo pra faculdade, filho que iria começar a escola, filho terminando o ensino médio, e filhos finalizando o fundamental I e II... E no meio disso tudo... A pandemia. E fica tudo... suspenso.

Mãe surtando. Mãe chorando sozinha. Mãe chorando com os filhos.

Filhos com depressão, crise de ansiedade, e fobia social.

Filhos descobrindo o amor e descobrindo que também existe coração partido. E mãe descobrindo que coração partido de filho, parte o dela também.

Filha ficando mocinha. E aprendendo que devemos ficar bonitas para nós mesmas, sem a pretensão de agradar ninguém. 

Mãe de cinco, descobrindo que está virando mãe dos pais. O pai super teimoso!
Vai operar a coluna amanhã.
Andando de cadeira de rodas, andador e ainda quer dar o grito de independência: tipo seu Frederiksen, só falta os balões.

Fiquei tão brava com ele, que falei: "Se a mãe tiver um infarte, eu ponho você no asilo, aí você aproveita para cantar as músicas do Nelson Gonçalves e arruma umas coroas pra namorar, "manquetolando" no andador. Ele achou super engraçado e falou que era isso mesmo.

Ou seja, palavras ao vento.

Aos 78 anos, quem muda?

De andador ou não, não comendo brócolis, abobrinha, frango, feijão, salsicha, e sei lá mais o que, e, se esbaldando de chocolate, se voltar a ficar funcional, e puder dar os seus "rolês", vai ficar feliz da vida.

O que eu sei, é que não está fácil para ninguém.

Não falo só de grana!

Cara! Como faz falta dar um abraço apertado e beijar as pessoas! Como faz falta encontrar nossos amigos e família! Como faz falta sair pra tomar uma cervejinha a toa, sem ficar desesperado olhando pro lado, pensando em riscos de contaminação.

Fora toda essa questão de trabalho, das relações humanas e afetivas, da saúde mental, ainda temos que ficar pensando no lugar certo de usar a máscara... Tem gente que ainda não entendeu o desenho.

E as excursões familiares ao supermercado?

Me dá taquicardia.

Enfim, esse novo "novo", deveria ser um recomeço de padrão de respeito e amor ao próximo.

Mas não adianta!

Parece um ciclo sem fim.

E por tudo isso e mais um pouco, pirei.

Pirei por que ainda acredito no amor, na solidariedade e na empatia. (Que não é ser simpático).

Pirei pelo desespero. Por que me comove o outro. 

Ser humano, sofrer, querer proteger, é da nossa essência. Algumas pessoas sentem isso mais profundamente. E precisam de ajuda.

Por que escrevi tudo isso?

Por que eu não estou sozinha nessa onda de emoções e nem você!

Vai passar.

Vai dar tudo certo.

Andar com fé, eu vou, que a fé não costuma faiar... Parafraseando o Gil.

Que Deus nos ajude e que Ele permita a descoberta da cura.

Mas principalmente, que Ele cure a alma da falta de amor e caridade dos corações doentes.

Pois pra esse tipo de desamor, não há vacina.

Um beijo grande pra vocês.

Dani



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