segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

D.R.

Oi, gente!

Derretendo com o calor, como nós aqui de casa?

Sorte de quem tem um ar condicionado, piscina, praia do outo lado da rua (porque com esse calor, não dá pra dar 10 passos de baixo desse sol, capaz de derreter), e se não tivéssemos o azar de estarmos passando por recessão de falta de água, caberia até um banho de mangueira...

Calor de doer a parte, tô bem brava neste começo de semana.

Meu final de semana não foi bom e estou bem irritada.

Sabe, mesmo quando agente ama uma pessoa de doer, que morre e mata por causa dela, não quer dizer que não sintamos raiva, ou que achemos que tudo é bom e perfeito.

E lógico que não é.

E também, não quero buscar o sentido da minha existência dando uma de Nietsche tupiniquim, já que,  não existe verdade verdadeira.

Então, cada um enxerga sua vida e suas ações, conforme convém seu próprio umbigo.

Eu tenho meu jeito de ver e entender o mundo; O Carlos tem o dele.

Vou relatar o que aconteceu, e ai cada um pode entender como bem quiser e de acordo com a sua verdade, aqui vou relatar apenas a minha, ok?

Enfim, no sábado, o Carlos foi à Santos com seus pais, levar a minha cunhada Karina para embarcar na sua viagem de férias e levou a tira colo o Nicolas e a Maria Clara.

Como meu sogro anda um tanto perdido, a minha sogra pediu para que ele fosse junto, para ajudar com o caminho e fazer companhia. Até aqui tudo bem.

Só que a história mudou um pouco de contesto, quando além de ir levar a cunhas, ela resolver esticar pra Praia Grande para ver como estava o apartamento da família do meu sogro, saber se tinha condição de passar um tempo por lá (até aqui tudo bem, pois dessa forma o Carlos iria levar as crianças na praia), mas ela queria passar o fim de semana lá (e eu já havia falado pra minha sogra que não concordava do Carlos dormir por lá e passar o fim de semana dele dividindo a nossa família, bem como disse a mesma coisa para ele, que ao tudo indicava tinha concordado também; Outra coisa é que só iria o Nicolas, e não achei justo com a Maria Clara, então, ou iriam os dois, ou não iria nenhum - Ou seja, foi tudo dito e combinado antecipadamente), e foi ai, que a porca torceu o rabo.

Você deve estar pensando que estou louca, qual o problema dele ir pra praia com os pais dele, certo?

Então, aqui vai a minha verdade: estamos passando por uma barra, no sentido de estarmos juntos como família. O fim de semana é tudo que temos para concentrarmos nos 7 e fazermos alguma coisa JUNTOS, e podem me chamar de careta, não tô nem aí.

Durante a semana, é um sacrifício para nos ligarmos e curtirmos um ao outro, e todo mundo sabe que durante a semana a rotina, as coisas de trabalho e os imprevistos, tornam isso quase uma missão impossível, então o fim de semana é meu e da minha família.

Outra coisa que tive que trabalhar com muita dor, foi o fato de não estar presente quando o Nicolas e a Maria Clara, fossem à praia pela primeira vez (tô chorando escrevendo isso).

Eu queria ver os olhinhos deles olhando a imensidão do mar pela primeira vez; Eu queria estar perto quando eles sentissem entre os dedos dos pés a areia molhada.

Era eu que queria ouvir os gritinhos deles desafiando com bravura as pequenas ondas lambendo as perninhas deles... Era eu...

Abri mão disso, por que não queria me atrever a ser tão egoísta, e meu Deus, quantas vezes eu planejei isto, era um sonho meu... Será que isso conta?

Ir passar o dia e voltar, tudo bem. Eles iriam chegar, vir pra mim, e contar como foi aquela experiência tão linda. E a mim caberia decifrar a felicidade nos quatro olhinhos, mas não foi isso que aconteceu.

Nem roupa pra ficar lá eles levaram, e eu fiquei com a promessa do meu marido que eles voltariam naquele dia.

De tarde, toca o celular. Não vão voltar. A minha esperança de sanar um pouco a insatisfação de ver os meus filhos, e poder saber de como foi aquele dia, já era. "Tá chovendo não vamos voltar. Vou aproveitar para leva-los a praia de manhã..." e eu apenas respondi, que não queria saber, que não iria ter uma D.R. pelo telefone e que não queria falar com as crianças e ai que veio o golpe de morte.

Eu não estava olhando nos olhos dos meus filhos. E eles estavam querendo me contar pela bosta de um celular uma experiência que demorou o tempo da vidinha deles pra acontecer. E no fundo a risada de satisfação da minha sogra e do meu sogro. Eles estavam vivendo o que era pra mim ter vivido.

Para piorar a história o Felipe não parava de procurar o Papai, a Má e o Ni, como ele chama as crianças. Fomos comprar um lanche e ele ouviu duas crianças brincando, e ele achou que era os irmãozinhos, ficou chamando, choramingando e eu tentando enganá-lo.

De madrugada ele ficou chamando o papai e a Má. Eu não preguei o olho de raiva e de dor de estômago e por causa dele...

De manhã quem o Felipe chamou de primeira: a Má!

Nessa altura eu já estava surtando, por não ter dormido; Por ter estourado uma couve flor na minha boca; Por causa do Felipe, que estava triste; Porque para não castigar os mais velhos deixei que eles fossem pra casa do meu irmão (e eles podiam me fazer companhia e melhorar a tristeza do Felipe).

Quando eles chegaram, eu estava morrendo de saudades, mas estava tão magoada e me sentindo tão traída que não queria ouvir nada, porque cada palavra parecia um corte de navalha; Porque o meu sonho de mãe, tinha ido pro bueiro.

E aí eu tinha que tentar ser "RACIONAL".

Então, como não estou conseguindo verbalizar, eu escrevo, racionalmente, as minhas verdades.

E como disse no princípio cada um vai ter as suas verdades.

Inteiras, meias, divertidas, amarguradas, falsas, felizes, a verdade do jeito que ela for, só pertence a cada um.

É isso.

Nem todos os dias as nossas verdades são risadas.

Hoje a minha verdade, é que o mar se abriu debaixo dos meus pés.

Boa semana para todos nós,

Dani

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