quarta-feira, 27 de abril de 2011

Festa do Pijama e minhas doces e dolorosas memórias

Oi gente, espero que todos estejam bem, e tenham aproveitado o feriado de montão!
Por aqui, o quarteto continua fantástico: Pê com conjuntivite, a Vi arquitetando suas peripécias, a Maria Clara "brigando" por seu espaço e o Nicas repeteco de papagaio: tudo que agente fala ele repete.(rsrsrsrs)
E claro: tudo isto regado a muita sobra de chocolate... (pior prá mim que cada hora ataco um "pedacinho" e engordo "muitos" quilos).
Então, estava falando das crianças e comentei que a Vi está arquitetando suas peripécias: combinando com as amiguinhas a primeira festa do pijama.
Vai ser aqui em casa, e se tudo der certo neste sábado.
Já estou planejando tudo: o espaço, as brincadeiras, as comidinhas ( incluindo brigadeiro na panela), etc.
O fato é que apesar de todo o movimento, hoje estou meio down.
O pessoal da época de escola está se encontrando lá no Facebook.
Galera que eu não vejo a 20 anos, outros a uns 10 e outros a pouco menos.
Muita saudade, muita risada e muita tristeza também!
Vou explicar o porque.
Na época de colégio, começamos a nos identificar com as pessoas e na pré - adolescência e adolescência parece que estes laços se tornam mais importantes.
Criamos o nosso grupinho.
Eu tinha minhas amigas: a Roberta, a Daniela P, a Pavão, a Patrícia P., a Renata P., o Gláucio, o Luciano, o Ricardo H., o Rodrigo P., o João, a Lucinda... e depois por causa dos conflitos, resolveram me mudar de turma (aliás, acabaram com a minha turma). Aí veio outra: a Lenita, a Irine, a Alice, a Renatinha, a Juliana, a Cíntia...
Agente convivia com todo mundo, mas tínhamos os amigos especiais...
Saímos do Miséria e a maioria foi prá FITO.
Minha mãe queria que eu ficasse no Miséria, e fizesse o Magistério por lá, mas bati o pé e não quis.Me enveredei atrás da primeira dor de cotovelo.
Lá fui eu pro magistério da FITO.
Não podia dar outra: saí de um colégio de freiras e cai nas asas da liberdade.
Continuei com amizade com todo mundo e veio mais gente se agregar a nossa galera.
Veio também a minha melhor amiga: a Maria Teresa, a Tetê - foi prá ela que mostrei o tal carinha...
Agente era adepta do movimento grunge. A nossa banda preferida era o Alice in Chains, e claro que também o Nirvana.
Mas ela era louca pelo George Michael e eu pelo Doors.
Agente não se desgrudava.
E as duas tinham um gênio de cão. Vivíamos brigando!
Ela fazia aniversário no dia 22 de março, eu 10 de abril (achavam que era assim por sermos arianas)
Éramos queridas e odiadas por nossos professores.
Vivíamos rindo (de tudo) quanta bobeira!
Inclusive, bombamos juntas o primeiro colegial. (o professor de física achou que agente tava colando e zerou a nossa recuperação).
Tudo que passei pela adolescência, ela tava do meu lado: os bons e maus momentos (coisas de gente grande...).
O primeiro cigarro, o primeiro porre, o cara mais velho que fazia faculdade (que acabou se tornando o meu marido - rsrsrsrs), a primeira transa, as festinhas na casa da Ana Paula, o vira-vira de 51 (que nojo), as fugas da escola no porta mala do carro da Silvana, as cabuladas de aula só prá fumar um cigarro, as inesquecíveis aulas de filosofia do professor Ricardo, os cachorros quentes do tiozinho da perua, o campeonato de cuspe no ponto de ônibus (lembra Grotti?), a cabelo "agua de beterraba" (como dizia a professora Lucy), enfim, tantos outros momentos...
Mudei pra Iguape, e fiquei um ano por lá. Mas a amizade permaneceu.
Entramos pra faculdade de Direito: eu UNIFIEO, ela UNIP.
A noite, por várias vezes ia prá aula com ela.
Se não era aula, era balada e quanta balada.
Dormíamos na casa dela, era o reduto pós noitada.
Os pais dela eram como se fossem os meus, e nós tínhamos toda a liberdade com eles (no bom sentido).
A Lia e o Zé eram 10 (e devem continuar sendo).
E o Betinho, irmão dela? Quantos apuros não passou com agente?
Mas aí em 1998, nas férias de julho, viajamos para Cancun.
Foi demais, mas me lembro (nitidamente) que fale prá ela que esperava que nossa amizade não acabasse por besteira.
E foi desse jeito: Besteira!
Coisa de criança e que a única coisa para resolver eram desculpas e uma conversa.
Mas o orgulho era maior do que a amizade.
E o tempo passou: ela não foi ao meu casamento, não participou do nascimento do Pedro (e eu encontrei com o Betinho num dado shopping de SP, com barrigão e ele me fuzilou com o olhar... Fiquei péssima).
Mas ainda imperava o orgulho.
Ela casou com o Bisse, um cara da UNIP, que sei, sempre foi louco por ela.
E queria engravidar... e aí a história acaba muito mal.
Em 18 de dezembro de 2003, batem na casa da minha sogra.
Ninguém sabia me explicar direito, mas uma amiga minha veio avisar que outra tinha morrido.
Não sabia quem tinha ido me avisar, e nem quem tinha morrido.
Só pensava: "a Tetê não, a Tetê não!"
E foi o que aconteceu.
Minha amiga Maria Teresa, morreu aos 28 anos de cancer no útero.
Uma vida pela frente, e o meu inconformismo diante do destino.
A última vez que a vi foi na frente da UNIFIEO, onde iríamos realizar a  prova da OAB.
Pensei em ir falar com ela... mas uma vez o orgulho.
Meu luto já dura quase 8 anos.
O vazio e a ausência da amiga com quem não vou me encontrar pelas redes sociais da net, não vou poder rever e nem abraçar...
Amiga que deixou um vazio e a dor da saudade.
Espero que a Vi, ou nenhum dos meus filhos, tenha que passar por isso.
E por isso que tudo vale apena HOJE.
AMANHÃ, pode ser tarde.
Prá mim e prá Tetê foi assim... E eu só pude me despedir dela em sonho.
Saudades eternas suas minha AMIGA!
Um dia agente se encontra!
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário