O primeiro trabalho do Pedro, este ano na escola, é sobre a construção de sua história pessoal.
Achei bem legal a proposta: a trajetória de vida da criança, para ser encaixada no contexto da história e geografia.
Ou seja: existimos e isto gera uma conseqüência. Se grande ou pequena só o tempo dirá.
Enfim, o trabalho baseia-se em: uma autobiografia, uma biografia, cópia da certidão de nascimento, 5 fotos e coisas guardadas no decorrer dos anos que tenham um significado para a vida dele.
Então, vou escrever a Biografia do Pedro e compartilhar com vocês.
"Era dia 21 de Janeiro de 2002. O dia estava caótico: dia do grande Apagão em São Paulo.
Cidade parada, trânsito complicado, pessoas nervosas e Daniela, aguardava pela chegada do seu primeiro bebê: um menino.
Mas a história deste nascimento começa de maneira bem interessante, então vamos começar do princípio.
Daniela e Carlos estavam muito tristes, pois tinham perdido o bebê da primeira gravidez do casal.
Daniela e Carlos estavam muito tristes, pois tinham perdido o bebê da primeira gravidez do casal.
A gravidez era muito recente, 12 semanas, e isto pode acontecer com qualquer mulher: então, Daniela, teve que fazer um tratamento médico, que duraria 3 meses, tomaria remédio, e só depois poderia ficar grávida de novo.
Mas aqui, nos deparamos com uma coisa muito interessante: o poder de Deus.
Sabem, quando uma coisa tem que acontecer, ela acontece, independente da vontade das pessoas.
E Deus quis que a Daniela ficasse grávida de novo, mesmo fazendo um tratamento em que ela não poderia ficar grávida. Aconteceu.
Daniela estava na igreja e a mensagem era sobre uma mulher da bíblia chamada Sara.
Sara não podia ter filhos e era muito velha, mas Deus determinou que ela ficaria grávida e assim aconteceu.
Sara gerou Isaque. E a vontade de Deus se cumpriu.
E neste dia, Daniela estava tão triste, pensando em como queria ser mãe e sentiu que Deus estava falando com ela (sabe, Deus pode falar com qualquer pessoa, e quando queremos o ouvir é só deixarmos ele falar no nosso coração) - e foi isso que Daniela fez, deixou o Senhor falar.
Foi um momento muito bonito, pois naquele dia Daniela saiu da igreja tendo a certeza de que estava grávida, que iria ser um menino, e que seu nome deveria ser Pedro (como o do apóstolo de Jesus).
Ninguém acreditou, nem mesmo Carlos. Mas foi exatamente o que aconteceu!
E todos na família se alegraram pela chegada do Pedro.
Pintaram o quarto de azul e o papel decorativo era de ursinhos.
O berço era marfim, bem como o jogo de cama.
Estava tudo muito bonito.
Mas enquanto a Daniela e o Carlos aguardavam a chegada do Pedro, e celebravam a vida, o mundo ficava triste: aconteceu o ataque de 11 de setembro ( aquele em que lançaram 2 aviões contra dois prédios, lá no Estados Unidos) e outra coisa que deixou a família bem triste: a avó de Daniela, que se chamava Jeanette, morreu sem conhecer o segundo bisneto.
Daniela e Carlos eram um misto de alegria e tristeza, pois queriam muito que dona Netty, conhecesse o bisneto.
Mas já havíamos falado de coisas que não podemos prever, está era mais uma.
Assim chegamos ao dia do nascimento do Pedro Haik.
O parto, que seria uma cesária, estava marcado para às 17:00 horas na maternidade Pró Matre, em São Paulo.
O médico que iria fazer o parto chamava-se Dr. Vicente Di Bella Jr.
Por causa do Apagão, tudo atrasou e o Pedro chegou ao mundo às 17:48, pesando 2.700 kg e medindo 49 cm.
E chegou dando trabalho: ficou com preguiça de respirar e foi parar na incubadora.
Daniela só pode vê-lo no dia seguinte a seu nascimento e mesmo com o corte da cesária, foi ao encontro do seu bebezinho na UTI Neonatal.
Chegando lá, chorou ao ver o seu filhinho e conversou muito com ele.
De tarde, ela teve uma surpresa: o Pedro já veio para o quarto.
Toda a família veio visitá-lo.
Todos estavam felizes.
No dia 24 de Janeiro, tiveram alta do hospital e foram para casa.
Mas o Pedro não queria mamar e bateu desespero na mãe de primeira viagem.
Ligaram para o vô Arthur e levaram o menino para o hospital.
Mas, ao invés de o levarem para o hospital onde ele nasceu, levaram-no para um outro lugar e existem médicos que não são tão bons assim...
E a médica disse que o bebezinho estava desidratado e que precisaria ficar internado.
Daniela e Carlos não aceitaram isso, pois as enfermeiras já haviam furado o menino inteiro para tirar sangue e decidiram ir embora daquele lugar. Tiveram que assinar um termo de responsabilidade, mas irresponsabilidade maior era permanecer naquele lugar.
Naquela madrugada, Daniela resolveu começar a ser mãe do zero.
Segurou o Pedro nos braços e decidiu que eles iriam aprender juntos.
E tudo ficaria muito bem, se não acontecesse outro fato: no dia 25 de Janeiro, o céu escureceu em São Paulo.
Como Daniela e Carlos tinham ficado fora de casa, durante alguns dias a geladeira estava vazia.
Carlos então, foi fazer compras e Daniela ficou em casa com Pedro.
Começou a chuva e chovia cada vez mais forte.
As telhas da casa onde eles moravam começou a voar e a chuva começou a invadir a casa.
Daniela ficou desesperada e ficou dentro do armário com o filhinho, e só saiu quando o marido chegou.
O sobrado estava inundado e tiveram que passar uma semana na casa dos pais de Daniela.
Houve um pequeno tornado em cima da casa deles e da vizinhança.
Várias casas foram destelhadas.
E assim começou a trajetória do Pedro Haik.
E o tempo passou.
E o Pedro foi crescendo.
Aos 4 meses já falava "mama" (mamãe), ficava muito bravo quando não era atendido, gostava de computador e calculadora.
Sempre foi um doce de menino.
Carinhoso, educado, mas não gostava de comer.
Seu prato predileto desde que tinha um aninho era pizza.
Os pais perguntavam: "O que você quer papar Pepê?"
E ele dizia: "Pitti"
Adorava brincar dentro da bacia com as meias enroladas.
Hoje se esconde no guarda roupas, quando faz travessuras.
Curtia prá caramba, montar no seu golfinho.
Ir à piscina. ( o que continua adorando).
E andar no micro-ônibus do vovô Arthur. (brum-brum)
Quando ele tinha 1 ano e um mês, ganhou sua irmãzinha a Victoria, a quem chamava de Titi.
Ela se tornou sua grande companheira, seja nas brincadeiras, seja nas brigas.
Um não fica sem o outro.
Desde bebê, adora assistir televisão. Fica horas na frente da telinha.
E trata-se de um inventor nato. Constrói brinquedos, "armas" e todos os tipos de coisas que na sua cabeça tem uma função específica. Neste aspecto, parece o vovô Dago.
Tem uma grande imaginação e adora desenhar.
Diz ele, que quando crescer, quer ser artista.
E não quer saber da escola!
Segundo ele, já sabe de tudo e prá que aprender o que ele já sabe?
Adora a Tia Dani, a irmã do seu pai.
E não vê a hora de encontrar seu primo Henrique, para juntos fazerem bagunça.
Já foi vegetariano, mas quando vai a churrascaria não resiste a um pedaço de picanha e a corações de frango.
Mas, apesar de toda atenção que recebe, morre de ciúme dos irmãos caçulas: Maria Clara e Nicolas.
É um bom menino, apesar de quase sempre, tirar todos do sério. (inclusive as secretárias de casa).
No natal do ano passado, ganhou um aliado em suas batalhas: o Bolt, o super salsichão.
Tem medo do escuro e gosta de dormir com a TV ligada.
Com certeza, o Pedro é um grande presente de Deus, e com muitas outras aventuras pela frente.
Muita vida e muita história pelo seu caminho, afinal ele apenas começou a sua trajetória.
Ele apenas começou a viver..."
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