Hoje foi um dia um pouco difícil prá mim. Estou me sentindo mal até pra postar, mas uma sensação de responsabilidade para com o próximo está sendo maior que o meu desconforto.
Quando eu era criança passei por muitas coisas, que eram identificadas como frescuras ou até mesmo fatores espirituais. (É menos sofrível pensar assim, por que em tese é mais "fácil" resolver o problema - uma benzida, uma oração, uma "macumba", e tâ tudo certo!)
As palavras psicologia e psiquiatria designavam pessoas insanas ou método de ajuda para gente louca, "pinel" (Que deriva do nome Dr.Phillippe Pinel, há mais de duzentos anos).
Então toda e qualquer família "bem conceituada", jamais poderia dispor destes serviços, a não ser para varrer a "sujeira" para baixo do tapete, e só a muito pouco tempo, em torno de vinte anos, é que estas palavras começaram a ganhar um novo conceito.
A verdade é que as pessoas cujo o comportamento não se enquadravam nos padrões morais / éticos, tidos como aceitáveis (socialmente falando), eram tachadas de desequilibradas.
Descobri aos 33 anos, depois de ter sofrido muito com as minhas crises, que tenho Distúrbio de Ansiedade, e que ele se manifesta de várias formas: no meu caso criei uma neurose sobre doenças e contaminação. O auge do meu "surto" se deu com a epidemia de Gripe Suína e eu estava grávida de 7 meses do Nicolas. Só Deus sabe como me senti fragilizada.
Este distúrbio pode ser hereditário e hoje, isto foi constatado na vida do meu filho.
Apesar da angustia, sei que o Pê, vai ficar bem, pois será tratado no começo da crise e não vai sofrer os horrores que eu sofri, pois eu e meu marido conseguimos identificar que algo não ia bem com ele.
O que faço é um apelo aos pais, para que não julguem seus filhos, rotulando-os de frescos, mimados, intransigentes, que tem "manias", mas que parem para pensar se ele está bem.
Hoje eu consigo refletir sobre o que minha terapeuta me falava e o que a psiquiatra já endossou: O problema não é a vida, mas a sensibilidade com que a pessoa lida com o que está a sua volta. Hoje tenho uma percepção disto, ainda não tão clara, mas tenho.
Então, pessoal é isso: esse mundo que gira em uma velocidade absurda, a todo momento se depara com pessoas que querem andar um pouco mais vagarosamente, e simplesmente viverem e serem felizes.
Eu e o Pedro somos pessoas especiais: somos sensíveis e amamos com intensidade.
Amar, isso sim é maluquice, só que ainda não inventaram o hospício para o amor!
Que o diga Machado de Assis!
Se você quiser saber um pouquinho mais sobre o assunto:
http://www.scielo.br/sciel
Que show!!!!!!!! Parabéns pelo blog! Vou te acompanhar agora todo dia. Beijo! Tati
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