quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Tempo e a espera

Odeio esperar. Tem pessoas que podem achar que porque meu signo é áries com ascendente em touro, seja a explicação.
Como não sou chegada no zodíaco já tem um tempo - (respeito quem acredita e tenho um primo queridíssimo que é astrólogo) - mas, acho, que não trata-se de influência dos astros.
Esperamos prá nascer, esperamos prá andar, falar, fazer cocô na privada, comer de garfo, ler... Esperamos prá crescer, menstruar, dar o primeiro beijo, ter o primeiro namorado, ter a primeira transa, casar, ter filhos...
Depois nascem os filhos e esperamos eles crescerem e tem hora que isto causa um baita sofrimento.
Tenho pressa. Tenho urgência de algumas coisas.
Mas a medida que vejo o Pedro crescendo, aprendendo a fazer contas de divisão; A Victoria pintando as unhas com os esmaltes mais inusitados e querendo ir ao show do Luan Santana (guenta!!!!); a Maria Clara falando difícil, como se entendesse os problemas de "gente grande" e o Nicolas que começou a andar e  a conquistar o mundo com os próprios pezinhos , tenho medo...
Medo de perder tempo, de perceber que essa urgência, acelera os passos de pequenos detalhes que enlaçam o nosso cotidiano.
A simplicidade de viver os pequenos gestos é sufocada pela urgência do dia a dia.
Agora prefiro esperar: ver os dentes dos pequenos caindo lentamente, cada gargalhada, cada lágrima, cada sorriso roubado, cada rolar no tapete.
Quero os cabelos nos meus dedos, os beijos melecados e as vozes alucinadas gritando "mamãe, mamãe, mamãe", como se não houvesse nenhuma outra palavra pra ser dita.
Tudo isso para dizer que o tempo não espera... e não perdoa. Passa e quando percebemos: já passou e então perdemos o que não sabemos esperar: viver a vida!

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